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2012 - Livro Vermelho 2013

Symplocos rhamnifolia A.DC. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 03-04-2012

Criterio: B2ab(i,ii,iii,iv)

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Symplocos rhamnifolia é uma espécie arbustiva ou arbórea ocorrente no Estado da Bahia, a 850 a 1.100 m de altitude. A espécie tem a AOO extremamente restrita (AOO=12 km²) e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. O hábitat onde a espécie ocorre sofre com a fragmentação e com os impactos de origem antrópica, ademais, outro risco iminente é a presença de uma grande rodovia próxima à sua área de ocorrência. Devido a essas características, S. rhamnifolia é categorizada como "Em perigo (EN)".

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Symplocos rhamnifolia A.DC.;

Família: Symplocaceae

Sinônimos:

  • > Symplocos lanceolata var. rhamnifolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Prodr. 8: 253. 1844. Caracteriza-se por apresentar todas as suas estruturas glabras, folha inteira a ocasionalmente inconspicua-crenulada nos 3/4 distais, glândulas marginais sempre presentes nos 3/4 distais, persistentes ou caducas, neste caso cicatrizes visíveis, corola com 5-6 lobos quase patentes a arqueado-ascendente, fruto com (5,5-)6-8 mm de comprimento, disco não excedendo o comprimento dos lobos do cálice no fruto e endocarpo com 0,05-0,15 mm de espessura (Aranha Filho, 2011).

Distribuição

Endêmica do Estado da Bahia (Aranha Filho; Martins, 2012); entre 850-1100 m de altitude (Aranha Filho, 2011).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos, raramente árvores, podendo atingir de 1,5-6 m de altura, terrícola; floresce de fevereiro a julho e frutifica nos meses de fevereiro e abril; Espécie dióica críptica, apresentando flores unissexuadas (Aranha Filho; Martins, 2012; Aranha Filho, 2011).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiõesbrasileiras. Ela compreende uma áreaaproximada de 800.000 km², representando 70% da região Nordeste e 11% doterritório nacional. Utilizandosomente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura poratividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada seestende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto dasestradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto deantropização causado pelas estradas de 1 a 10 km, estima-se que as áreasalteradas da caatinga variam de 223.100 km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%).Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatingafoi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas,previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação,exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti etal., 2003).

1.1 Agriculture
Incidência national
Severidade very high
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Aespécie consta no anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie "Deficiente de dados" (DD) paraa avaliação de risco de extinção.

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Espécie ocorre em unidade de conservação (SNUC): RPPN Palmeira/IESB, no estado da Bahia (CNCFlora, 2011).

Referências

- ARANHA FILHO, J.L.M. Revisão taxonômica das espécies sul-americanas de Symplocos Jacq. seção Hopea (L.) A. DC. (Symplocaceae). Doutorado. : Universidade Estadual de Campinas, 2011.

- ARANHA FILHO, J.L.M.; MARTINS, A.B. Symplocos rhamnifolia in Symplocos (Symplocaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB021260>.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado Brasileiro., Megadiversidade, 2005.

- LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA. Ecologia e conservação da Caatinga. 2003. 719-734 p.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- CASTELLETI, C.H.M.; SANTOS, A.M.M.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA.LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA. O quanto resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. Recife, PE: Ed. da Universidade Federal de Pernambuco, 2003. 719-734 p.

Como citar

CNCFlora. Symplocos rhamnifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Symplocos rhamnifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 03/04/2012 - 19:21:36